quinta-feira, 26 de março de 2009

O Zahir

Zahir, em árabe, quer dizer visível, presente, incapaz de passar despercebido. É algo ou alguém que, uma vez que o contactamos, acaba por ir ocupando a pouco e pouco o nosso pensamento, até não conseguirmos concentrar-nos em mais nada. Isso pode ser considerado santidade ou loucura.

(Faubourg Saint-Pères - Enciclopédia do Fantástico, 1953)

"...era a minha razão de viver, que renunciou à minha companhia porque o seu amor por mim era maior até.., que me fez viajar em busca do meu sonho... sendo capaz de amar sem se humilhar, sem pedir perdão por lutar pelo seu homem...

... a maioria das pessoas diz "estou óptimo , consegui tudo o que desejava"..."tenho tudo o que uma pessoa pode sonhar família , casa, trabalho, saúde"...

Então o sentido da vida é trabalho, família, filhos que vão crescer e deixá-lo, mulher ou marido que se transformarão mais em amigos do que em verdadeiros apaixonados. E o trabalho vai terminar um dia. O que fará quando isso acontecer? Nada. Ou então muda-se de assunto, torna tudo mais fácil não abordar a questão.

... o que é a liberdade? É ver o seu marido não se importar nem um pouco com o que está a fazer? É sentir-se sozinha, sem ter com quem partilhar os sentimentos mais íntimos, porque na verdade a pessoa com quem se casou está concentrada no seu trabalho, na sua importante, magnifica, difícil carreira?...

... Éramos amigos, companheiros, divertíamo-nos com os mesmos programas, eu arriscaria dizer que até havia espaço para um determinado tipo de amor...

... para recordar que todos os dias preciso de me reconstruir a mim mesmo, e parar pela primeira vez em toda a minha existência aceitar que amo um ser humano mais do que a mim próprio.

... Os falsos amigos são os que só aparecem nos momentos difíceis , com aquela cara riste, de "solidariedade", quando na verdade o nosso sofrimento está a servir para os consolar nas suas vidas miseráveis ."

Paulo Coelho, in O Zahir

4 comentários:

Anónimo disse...

Joana,
Os falsos amigos tornam-se insignificantes nas nossas vidas, não interressam nada!
Como tal, não lhes demos importância, concordas?!
Adoptei uma máxima que a tenho utilizado nos últimos tempos:
As pessoas só têm para nós, a importância/valor que lhes damos.
Sabes que desde que optei esta forma de vida, sou mais feliz.
Muito mais tranquilo e em paz comigo e com os outros.
De quem gosto gosto.
Gosto de toda a gente, até prova em contrário.
Os falsos amigos filtramos, até "podemos (con)viver com eles", mas não vivemos para eles.
Concordas?!
Um beijinho grande para ti
A vida não pára!...
A vida é tão rara!...
A vida é linda!
Beijo
Andreia Vilarinho Flórido

Maria disse...

Há dias em que não consigo ler o Paulo Coelho.
Hoje parece ser um deles...

Deixo um enorme abraço para ti, Joana.
E um beijinho...

Leticia Gabian disse...

É mesmo verdade que as pessoas e as coisas têm a importância que lhes damos...É mesmo muito difícil acertarmos estas medidas...

...Á vida é assim...


Beijos grandes

Unknown disse...

Olá, eu fico abismado pela falta de cultura literária do povo brasileiro em comentar um autor como Paulo Coelho, Quem aí Já leu O aleph e O Zahir do grande escritor Jorge Luis Borges? Por essas e outras, paulo coelho não passa de um simulacro!